Foto: Billy Boss/Câmara dos Deputados
No depoimento prestado à Polícia Federal nesta quarta-feira (19), o senador Marcos do Val, do partido Podemos, revelou que o ex-deputado Daniel Silveira, do PTB, o procurou insistentemente para tratar de um assunto importante. De acordo com o parlamentar, Silveira o abordou na entrada do Senado, repetindo várias vezes a frase: "Salvar o Brasil e ser herói nacional". Essas informações foram fornecidas como parte de um inquérito que investiga um suposto plano para realizar um golpe de Estado no ano anterior.
O interrogatório de Marcos do Val pela Polícia Federal teve duração de quase 6 horas.
A defesa de Daniel Silveira contestou as acusações feitas por Marcos do Val, questionando a credibilidade do senador por ter dado diferentes versões sobre o mesmo fato. Eles afirmaram também que a iniciativa da reunião partiu de Marcos do Val, que pediu a Silveira para apresentá-lo a Jair Bolsonaro.
O depoimento de Marcos do Val à Polícia Federal começou às 14h, depois que ele chegou ao prédio da corporação por volta das 13h45. O senador está sendo investigado em relação a um encontro que teve com Jair Bolsonaro e o ex-deputado Daniel Silveira em dezembro de 2022. Jair Bolsonaro já prestou depoimento aos investigadores na semana anterior, na quarta-feira passada (12).
Durante o depoimento, Marcos do Val afirmou que acreditava que o ex-presidente Bolsonaro queria discutir a possibilidade de ele mudar para o partido PL. Ele também mencionou que solicitou o encontro com o ministro Alexandre de Moraes devido ao cenário político radical e extremista, além da existência de uma investigação em curso contra Daniel Silveira por disseminação de fake news.
No encontro em questão, de acordo com o relato do senador, eles discutiram questões políticas, mas foram interrompidos por Silveira, que queria gravar Moraes para invalidar as eleições. Marcos do Val esclareceu que Jair Bolsonaro apenas ouviu a proposta de Silveira, sem fazer nenhum comentário a respeito.
O senador acredita que Silveira o procurou porque ele havia mencionado em uma audiência no Senado que precisaria se ausentar para uma reunião com o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes.