O líder turco, Recep Tayyip Erdogan, impôs condições para aceitar o ingresso da Suécia na Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), na véspera do início da cúpula anual da Aliança. O chanceler alemão criticou essa decisão.
Erdogan afirmou que apoiará a entrada da Suécia na OTAN, mas apenas se a União Europeia retomar as negociações para a adesão da Turquia ao bloco. Ele declarou: "Primeiro abram o caminho para a adesão da Turquia à União Europeia e depois abriremos o caminho para a Suécia, como abrimos o caminho para a Finlândia". Essas declarações foram feitas antes do início da cúpula anual da OTAN, que ocorreu na Lituânia e teve como foco o apoio militar à Ucrânia diante da invasão russa.
As negociações entre a Turquia e a União Europeia estão bloqueadas há vários anos. No final de 2020, a Comissão Europeia afirmou que a adesão da Turquia estava "em ponto morto" devido a decisões tomadas por seus líderes que eram contrárias aos interesses da UE. Nesta segunda-feira, Erdogan deverá se encontrar com o primeiro-ministro sueco, Ulf Kristersson, e o secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg.
A Suécia e a Finlândia, país vizinho, decidiram abandonar sua política de não-alinhamento militar e se candidatar à adesão à OTAN devido à invasão russa na Ucrânia. A Finlândia oficializou sua entrada em abril deste ano. O presidente turco tem criticado a Suécia por supostamente ser condescendente com os militantes curdos refugiados em seu território. Além disso, Erdogan se encontrará com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, em Vilnius, capital da Lituânia. A Turquia e a Hungria são os dois últimos países da Aliança Atlântica que se opõem à entrada da Suécia, apesar das medidas adotadas pelo país escandinavo, como a reforma constitucional e a implementação de uma nova lei antiterrorista. Diante das exigências do líder turco, o chanceler alemão, Olaf Scholz, reagiu prontamente e criticou a condição, afirmando que a candidatura da Turquia ao bloco europeu não está relacionada à adesão da Suécia à OTAN.
No que diz respeito à adesão da Ucrânia à aliança militar, a organização precisa superar um obstáculo importante no processo: a exigência do chamado Plano de Ação para a Adesão, que estabelece uma série de metas de reforma. Um funcionário ocidental da OTAN, que preferiu não se identificar, afirmou que os aliados estão dispostos a eliminar essa exigência para a candidatura da Ucrânia. No entanto, mesmo que o plano seja eliminado, a Ucrânia precisará realizar outras reformas antes de se juntar à OTAN, conforme mencionado pela mesma fonte. O presidente Biden expressou sua opinião de que a Ucrânia ainda não está pronta para ingressar na OTAN, citando a falta de unanimidade entre os aliados e o contexto de guerra com a Rússia. Ele alertou que estaríamos em guerra com a Rússia se esse fosse o caso. Portanto, a adesão da Ucrânia no curto prazo parece improvável.
O Kremlin expressa preocupação com a possível adesão de Kiev à aliança, alegando que isso teria um impacto significativamente negativo na segurança da Europa. Em resposta a essa postura, vários membros influentes da OTAN estão em negociações para oferecer apoio de longo prazo em termos de fornecimento de armas a Kiev. Essa medida ganha relevância, especialmente porque as forças ucranianas lançaram uma contraofensiva em junho com o objetivo de retomar as áreas ocupadas pela Rússia. No entanto, o avanço das tropas ucranianas tem sido lento. Na guerra em curso, a Ucrânia anunciou nesta segunda-feira que conseguiu recuperar uma área de 14 km² de território na semana passada, totalizando 193 km² desde junho. Além disso, eles conseguiram retomar algumas posições estratégicas próximas a Bakhmut, localizado no leste do país.
Por Jovem Pan