Federação de petroleiros faz protesto e promete entrar com ação judicial contra Caio Paes de Andrade

Sindicalistas carregam bandeira vermelha da Frente Única 
dos Petroleiros em frente à sede da empresa no Rio de Janeiro.
 Divulgação / FUP

Entidade sindical considera que aprovação do indicado pelo governo foi ilegal por falta de currículo no setor de petróleo

Frente Única dos Petroleiros (FUP) prometeu entrar com uma ação judicial contra a nomeação de Caio Paes de Andrade como presidente da Petrobrasconfirmada nesta segunda, 27, pelo Conselho da empresa. Segundo Deyvid Bacelar, coordenador-geral da entidade sindical, a ação em conjunto com a Associação de Acionistas Petroleiros (Anapetro), deve ser movida ainda hoje no Rio de Janeiro, onde fica a sede da empresa estatal. O argumento é de que Andrade não pode ocupar o cargo por não ter experiência no setor de petróleo, nem ter comandado uma empresa de porte similar, e também que deveria ter sido realizada uma Assembleia Geral Extraordinária (AGE) de acionistas.

“A decisão do Conselho de Administração da empresa é ilegal, pois o currículo e a experiência profissional do indicado são reconhecidamente insuficientes para gerir a maior empresa do Brasil, o que fere a Lei das Estatais”, afirmou o sindicalista em nota – ele ainda diz que a indicação é “mais um puxadinho eleitoreiro do [presidente Jair] Bolsonaro. A FUP também realizou um protesto em frente à sede da Petrobras em conjunto com a Frente Nacional de Petroleiros (FNP) e pretende entrar com outra ação na Comissão de Valores Mobiliários, órgão do poder Executivo que averigua casos relativos a empresas listadas em Bolsas de Valores, como a Petrobras.

O Comitê de Elegibilidade (Celeg) da Petrobras aprovou o nome de Andrade na última sexta, 24. O Celeg é a instância interna da companhia que avalia os nomes indicados para o Conselho de Administração, considerando quesitos como idoneidade e experiência, e aprovou o executivo sem ressalvas, apenas as de praxe, como não fazer negócios entre empresas próprias e a Petrobras. Já o Conselho de Administração aprovou o economista por sete votos a três – um dos votos contrários foi da conselheira que representa os trabalhadores da Petrobras, Rosangela Buzanelli. O novo presidente da Petrobras é formado em Comunicação Social pela Universidade Paulista, possui pós-graduação em Administração e Gestão pela Harvard University e mestrado em Administração de Empresas pela Duke University. Após décadas de experiência no setor privado, Andrade passou a integrar o Ministério da Economia em 2019, inicialmente como presidente da SERPRO, estatal de Tecnologia de Informação e, posteriormente, como Secretário Especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital.

Por Jovem Pan

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