'Movimentação contra o racismo é legítima', informou documento
A Arquidiocese de Curitiba se manifestou contra a cassação do vereador Renato Freitas (PT). Os religiosos enviaram o documento ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara de Vereadores nesta segunda-feira, 28.
O parlamentar invadiu a Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, em fevereiro deste ano. Durante o ato, fiéis foram chamados de racistas, fascistas e homofóbicos em virtude da morte do congolês Moïse Mugenyi.
“Sugerimos que se evitem motivações politizadas e, inclusive, não se adote a punição máxima contida no Código de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara Municipal de Curitiba”, informa trecho do documento da arquidiocese. Freitas responde a um procedimento ético-disciplinar na Câmara. A punição máxima é a perda de mandato.
Na defesa prévia, Freitas refutou as acusações de perturbação da prática de culto religioso, entrada não autorizada dos manifestantes e realização de ato político no interior da igreja. O parlamentar pediu o arquivamento do caso.
Ao sugerir para que não haja cassação de mandato, a Arquidiocese de Curitiba argumentou que “a luta contra o racismo é legitima, tem o respaldo da igreja”, todavia, o ato endossado pelo vereador, conforme a arquidiocese, teve excessos.
“A movimentação contra o racismo é legitima, fundamenta-se no Evangelho e sempre encontrará o respaldo da Igreja”, ressaltou o comunicado. “Percebe-se na militância do vereador o anseio por justiça em favor daqueles que historicamente sofrem discriminação em nosso país. A causa é nobre.”