Durante uma operação coordenada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Paraná (MPPR), um policial militar foi preso sob a suspeita de envolvimento em latrocínios (roubo seguido de morte) em cidades do Paraná. Essa não é a primeira prisão de um PM nessa investigação, pois outro policial militar já havia sido preso anteriormente.
A operação, chamada Mar Vermelho, tem como objetivo desmantelar uma organização criminosa que atua em pelo menos três cidades do estado. Durante a ação, foram cumpridos cinco mandados de prisão, 28 mandados de busca e apreensão, sete medidas de afastamento da função pública e 11 medidas de monitoração eletrônica.
Os alvos da operação do Gaeco eram um oficial, um cadete e cinco praças da polícia militar. Ao todo, cinco pessoas foram presas, incluindo os dois PMs suspeitos de envolvimento nos latrocínios.
As investigações tiveram início a partir de informações que indicavam a participação dos dois policiais na morte de um homem, cujo corpo queimado foi encontrado em Jataizinho, no norte do Paraná. Foi constatado que a vítima fazia parte da mesma organização criminosa investigada e que o crime foi motivado por desentendimentos financeiros entre os criminosos. Durante a execução do crime, os membros do grupo se apropriaram de dinheiro e bens da vítima.
Além desse latrocínio, as investigações revelaram outro caso semelhante, no qual um homem que atuava como agiota foi morto em um confronto simulado com uma equipe das Rondas Ostensivas Táticas Metropolitana (Rotam) de Ibiporã. O objetivo dos policiais militares era se apropriar de R$ 30 mil que estavam com a vítima, mas parte desse valor não foi encontrada pelos policiais, pois estava escondida nas roupas íntimas do agiota.
As apurações conjuntas do Gaeco e da Corregedoria-Geral da PM também revelaram que o grupo criminoso praticava crimes de falsidade ideológica, inserindo dados falsos em boletins de ocorrência para simular roubos de carga. Além disso, o grupo se apropriava de cargas de aço, ferro, cobre, etanol e soja, cometendo também furto qualificado e extorsão agravada de forma reiterada.