Durante um período de um ano e meio, a mulher conseguiu extorquir cerca de R$ 55 mil reais da vítima, um mecânico de 35 anos.
Segundo informações da Justiça do Rio Grande do Norte, esse foi o primeiro caso desse tipo julgado pela 2ª Vara Criminal de Mossoró, localizada no Oeste potiguar.
A denúncia contra a garçonete revela que, entre os dias 15 de janeiro de 2020 e 26 de julho de 2021, ela obteve "vantagem ilícita" e causou prejuízos ao homem, enganando-o e mantendo-o em erro sobre o suposto relacionamento.
De acordo com a Justiça, a mulher criou um perfil falso em um aplicativo de relacionamentos, utilizando o nome e a foto de outra pessoa, sem o conhecimento desta. A foto utilizada pertencia a uma moradora da cidade de Santo Antônio (RN), que foi identificada durante as investigações.
A denúncia relata que, através desse perfil falso, a garçonete de 22 anos conheceu o homem e o fez acreditar na existência de um relacionamento com a personagem fictícia que ela havia criado, inclusive fazendo promessas de casamento.
Usando o perfil falso, a mulher passou a pedir ajuda financeira à vítima, conseguindo receber aproximadamente R$ 55 mil. Os depósitos foram feitos diretamente na conta bancária da garçonete.
Durante as conversas, a suposta namorada criada pela garçonete afirmava que a conta bancária era de uma amiga e que estava com a conta bloqueada. Em julho de 2021, ciente de que a vítima já estava suspeitando do golpe, a garçonete criou outro perfil falso, utilizando outro número de telefone, se passando por amiga da "personagem" e manifestando interesse em manter um relacionamento com ele.
Durante o interrogatório policial, a ré admitiu ter conhecido o homem em janeiro de 2020, por meio de uma amiga em comum, e afirmou que começaram a namorar. Nesse período, segundo ela, o homem ficou com o cartão bancário dela, fez transferências para sua conta e, em seguida, sacou os valores. No entanto, essa versão apresentada não convenceu a polícia.
Segundo a Justiça potiguar, o estelionato sentimental "ocorre quando o indivíduo obtém vantagem financeira indevida, utilizando artifícios para conquistar a confiança da vítima. Uma das partes envolvidas no 'relacionamento' abusa da confiança e do afeto do parceiro amoroso com o objetivo de obter benefícios materiais".
A mulher foi condenada a um ano de reclusão em regime aberto e ao pagamento de 10 dias-multa. Além disso, a Justiça substituiu a pena privativa de liberdade por prestação de serviços comunitários, a serem cumpridos durante o período da condenação, em uma entidade a ser determinada.
