Justiça dos EUA recusa acordo com filho de Biden e suspende confissões de fraudes fiscais

Hunter Biden, filho do presidente dos EUA, Joe Biden, deixou o J. Caleb Boggs Federal Building em Wilmington, Delaware, em 26 de julho de 2023. 

Hunter Biden se declarou inocente de pequenos delitos fiscais em 26 de julho, quando um acordo com promotores federais se desfez em um tribunal de Delaware. RYAN COLLERD / AFP

Com a reviravolta, Hunter Biden se declarou inocente; Maryellen Noreika, juíza distrital, disse que é preciso mais tempo para revisar a proposta.

Hunter Biden, filho do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, se declarou inocente das acusações de fraudes fiscais após um acordo com promotores federais ter sido anulado em um tribunal de Delaware, nesta quarta-feira, 26. Segundo a juíza distrital dos EUA Maryellen Noreika, é necessário mais tempo para revisar o acordo. O pacto inclui a renúncia da procuradoria em levar Biden a julgamento em outro caso do qual também é acusado, de possuir uma arma de fogo apesar de ter problemas de dependência, o que poderia resultar em uma pena de vários anos de prisão. Embora este acordo inclua crimes fiscais, posse de armas ou uso de drogas, não isenta Biden de outras investigações contra ele. Esta investigação foi aberta em 2018, durante o mandato de Trump, e tem sido usada pelos republicanos desde 2020 para atacar o presidente democrata, que acusam de não ter feito nenhum esforço para levar este caso até o fim.

Em uma série de perguntas, ficou claro que houve um desacordo entre os promotores federais e os advogados de Hunter, transformando o que se esperava ser uma audiência de confissão de rotina em um caso de três horas, com negociações silenciosas entre advogados e perguntas pontuais da juíza Noreika. Por esta razão, o acordo foi momentaneamente quebrado e suspenso até ser examinado. Há um pouco mais de um mês, Hunter havia se declarado culpado das acusações de sonegação de impostos federais entre 2017 e 2018 e descumprimento da legislação sobre porte de armas. A notícia significa que os problemas legais do filho do chefe de Estado dos EUA continuarão a perseguir o presidente enquanto ele faz campanha para a reeleição em 2024. Seu principal rival, o ex-presidente Donald Trump, e os aliados republicanos de Trump no Congresso criticaram o acordo por favorecer injustamente o filho do presidente. Noreika foi nomeada pelo ex-presidente Donald Trump (2017-2021) e confirmada por unanimidade no Senado. Os rivais políticos de Biden utilizaram essas investigações para lançar dúvidas sobre os negócios de Hunter no exterior e retratar a família do presidente como corrupta.

Na segunda-feira, 24, Kevin McCarthy, líder da Câmara, disse em entrevista à 'Fox News' que as investigações sobre Hunter estão chegando ao nível de impeachment. "Este presidente utilizou algo que não vimos desde Richard Nixon, a instrumentalização do governo em benefício de sua família, negando ao Congresso a capacidade de exercer supervisão", disse. De acordo com McCarthy, membros da família do atual presidente norte-americano receberam pagamentos estrangeiros e o Departamento de Justiça tratou Biden de forma diferente em uma investigação sobre seu filho. "Se você está sentado em nossa posição hoje, não saberíamos nada disso se os republicanos não tivessem obtido a maioria. Só seguimos para onde a informação nos levou. Mas isso está subindo para o nível de inquérito de impeachment, que fornece ao Congresso o poder mais forte para obter o restante do conhecimento e das informações necessárias", acrescentou. Para que um processo de impeachment seja aberto, é necessário maioria simples de votos. Atualmente, os republicanos possuem 222 das 235 cadeiras da Câmara dos Representantes. Caso seja aprovado, já é considerado que Biden sofreu impeachment.

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