Randolfe quer cancelar o Google

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP)Senador propõe bloquear 
as contas da big tech, que é contra a aprovação do Projeto da Censura

Mais um aliado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ameaça as big techs contrárias à aprovação do Projeto de Lei (PL) 2630/2020, o Projeto da Censura. Agora, o senador e líder do governo no Congresso Nacional, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), propõe cancelar o Google — inclusive financeiramente.

Randolfe usou seus perfis nas redes sociais para avisar que vai acionar o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) contra a divisão brasileira do buscador, que é controlado pela multinacional Alphabet. O parlamentar pedirá a abertura de inquérito administrativo contra a ordem econômica. O motivo alegado? Abuso de posição dominante.

O líder do governo Lula no Congresso acredita que a big tech deverá ser punida por divulgar em google.com.br que o “PL das fake news pode piorar sua internet”. A mensagem é acompanhada de um link que leva para a página em que o gigante da internet lista elementos pelos quais o Projeto da Censura deveria ser barrado pelos deputados brasileiros — a expectativa é que o plenário da Câmara vote o tema nesta terça-feira, 2.

“Solicitarei ao Cade, cautelarmente, a remoção do conteúdo”, anunciou Randolfe na noite desta segunda-feira, 1º. Ou seja, ele defende censurar o Google, porque a empresa é contra o Projeto da Censura. O senador também afirmou que pedirá a “abstenção de reiteração de práticas análogas e fixação de multa no valor máximo de 20% do faturamento bruto”. Por fim, ele admitiu a intenção de cancelar financeiramente a empresa: afinal, vai pedir o “bloqueio cautelar nas contas bancárias do Google”.

Randolfe e ministros de Lula agem contra as big techs

Randolfe Rodrigues não é, entretanto, o primeiro aliado do presidente Lula a anunciar ações contra as big techs por causa de posicionamento divergente em relação ao Projeto da Censura. Mais cedo, o ministro-interino do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Ricardo Cappelli, classificou a postura adotada pelas companhias como “típico caso de interferência externa indevida em assunto de interesse nacional”.

Ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, afirmou que o Google será denunciado à Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) — órgão que é vinculado justamente à pasta que ele controla — em razão de, segundo ele, “possibilidade de configuração de práticas abusivas das empresas”.

Responsável por determinar que o Banco do Brasil retirasse o patrocínio da Agrishow em virtude de o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, ter se sentido “desconvidado”, o titular da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Paulo Pimenta, afirmou que Dino acertou ao denunciar o Google por “práticas abusivas”.

ANDERSON SCARDOELLI

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