Faltando um dia para a eleição que vai definir o próximo chefe do Senado, o PT teme o voto aberto na Casa. O partido apoia o atual presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Ele disputa a vaga com os senadores Rogério Marinho (PL-RN) e Eduardo Girão (Podemos-CE), que é um grande defensor do voto secreto.
Os senadores não são obrigados a mostrar seus votos para presidente do Senado. Eles podem, contudo, divulgar, se assim desejarem. O líder do governo na Casa, senador Jaques Wagner (PT-BA), defendeu a anulação dos votos dos parlamentares que decidirem anunciá-los.
“Não sou obrigado a revelar meu voto”, disse Wagner. “Nem por proteção ou pelo que seja. Se não, a minoria estará sempre refém da maioria. O meu voto não abro. Aliás, penso que aqueles que abrirem deviam ter seus votos anulados.”
Girão está usando as redes sociais para pedir que cada eleitor pressione seu senador, a fim de que ele divulgue seu voto a todos. Wagner confessou que o voto secreto é um “convite à traição”, mas pensa que, quando o senador se torna eleitor, ele tem o direito de preservar o próprio voto.
Campanha anti-Marinho no Senado
Ao desqualificar a campanha de Marinho, o líder do governo no Senado mostrou que a dos aliados de Pacheco está focando mais em ser “anti-Marinho” do em divulgar as propostas do candidato à reeleição.
“Marinho não se propõe a ser presidente do Senado, mas a ser líder do bloco de oposição, pelas bandeiras que ele tem levantado”, declarou Wagner. “Ele vive falando de impeachment, e isso somado à forma como ele faz a campanha, que é quase como um gabinete do ódio aqui dentro, só o desqualifica.”
Leia também: “Congresso covarde”, reportagem de Silvio Navarro para a Edição 142 da Revista Oeste.
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