País tinha crescimento médio superior a 4% ao ano; agora, há desabastecimento nos supermercados
Era chamada Venezuela Saudita, por ter a maior reserva de petróleo do mundo. Os venezuelanos eram considerados os maiores consumidores de uísque do mundo. Entre 1959 e 1983, o desemprego no país era um dos mais baixos da região. No mesmo período, o crescimento médio do país foi superior ao 4% ao ano, e a inflação era menor do que a registrada nos países vizinhos.
A estabilidade da moeda local, o bolívar, permitia que muitos venezuelanos conseguissem sair do país para temporadas de férias, principalmente com destino a Miami, nos Estados Unidos, vista como um paraíso do consumo. Nos anos 1970, a população tinha o maior poder de compra entre os países da América Latina — quase três vezes maior que o dos brasileiros.
A população abaixo da linha da pobreza é de 94,5%. A inflação em 2020 foi de quase 3 mil por cento e a de 2021, de pouco menos de 700%. A inflação projetada para 2022 é de 114% ao ano. O salário mínimo é de U$S 39 (incluindo U$S 10 de ajuda-alimentação). Há desabastecimento nos supermercados, e as principais empresas multinacionais do mundo abandonaram o território, pela insegurança jurídica e social. Muitos dos ativos das referidas companhias foram estatizados pelo regime de Hugo Chávez.
No ano passado, os venezuelanos perderam em média 10 quilos do seu peso em função da fome — há testemunhos de cidadãos que comeram animais dos zoológicos e cachorros das ruas. O regime de Nicolás Maduro é considerado uma ditadura, salvo por países como Argentina, Nicarágua, Irã, Cuba e Rússia.
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