Na sexta-feira, 15, presidente em exercício do TSE estabeleceu prazo de 48 horas para o chefe do Executivo se posicionar sobre incitação da violência
O presidente Jair Bolsonaro voltou a falar neste domingo, 17, a respeito do pedido de manifestação feito pelo ministro Alexandre de Moraes, presidente em exercício do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a respeito as denúncias de discurso de ódio. Em aparição surpresa para conversa com a imprensa no Palácio da Alvorada, o chefe do Executivo disse que não sabia se ação havia sido respondida e questionou a postura do ministro. “O que ele está buscando”, disse Bolsonaro. “Está com a AGU. O cara na sexta-feira dar 48 horas quer provocar, não quer diálogo, não quer solução. Como tem um vídeo dele dizendo que ‘existe gabinete de ódio’. Queria que ele apontasse uma matéria que por ventura saiu do tal gabinete de ódio. ‘Se repetir vamos caçar registro’, parece que o espírito de Fidel Castro encarnou em alguém. Um magistrado não pode sair sob ameaça, tem que agir de acordo com os autos e ali faça os julgamentos, questionamentos, peça para que a Polícia Federal investigue mais. Quer intimidar quem? O que ele está buscando? Está buscando paz, tranquilidade, a harmonia entre os poderes?”
O prazo definido por Alexandre de Moraes é de 48 horas e se encerra neste domingo. A determinação do ministro acontece após sete partidos de oposição apresentarem uma ação argumentando que as falas de Bolsonaro em atos de pré-campanha e eventos institucionais estimulam seus apoiadores a prática da violência. Em transmissão semanal nas redes sociais na sexta-feira, 15, o presidente já havia comentado que considerava o pedido de manifestação “falta de consideração”. “Essas questões levam a conflitos entre poderes, daqui a pouco vão falar que estou atacando o Supremo. Isso aqui é ataque, é uma covardia”, mencionou. Minutos depois, o chefe do Executivo replicou uma reportagem que citava a determinação de Moraes e se manifestou sobre o assunto. “Manifesto que sou contra”, escreveu.
Por Jovem Pan