‘Quero ver até onde vai a petulância dele’, diz Daniel Silveira sobre decisão de Moraes

Deputado federal Daniel Silveira irá passar a noite 
no Plenário da Câmara dos Deputados. 
Michel Jesus/Câmara dos Deputados

Deputado confirmou que irá passar a noite no Plenário da Câmara para evitar que a determinação judicial do magistrado sobre tornozeleira eletrônica seja cumprida

Acompanhado de alguns colegas que se solidarizam com sua situação — entre eles Carla Zambelli (PL-SP), uma das parlamentares mais leais ao presidente Jair Bolsonaro (PL) —, o deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ) conversou com jornalistas na noite desta terça-feira, 29, e afirmou à equipe de reportagem da Jovem Pan que vai passar a noite no Plenário da Câmara dos Deputados para evitar que a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), seja cumprida. Horas antes, o magistrado havia determinado a fixação imediata de uma tornozeleira eletrônica “com urgência” em Silveira.

Ao comentar sobre sua decisão, o congressista afirmou que “quer ver até onde vai a petulância” do magistrado. “O Plenário é inviolável, quero saber até onde ele [Moraes] vai, já que um deputado é soberano no Plenário. Quero ver se ele quer dobrar essa aposta”, afirmou o parlamentar. Silveira também alegou que o ministro realiza “prisões por opinião” e que os outros magistrados da Suprema Corte estão envergonhados pelas atitudes do colega. Depois, o deputado se dirigiu aos jornalistas. “Vocês fazem ideia do que está acontecendo? O ministro já desbordou todas as legalidades constitucionais, mas a mídia aplaude. Vocês não vão acordar? Vocês não estão vendo que é um ministro cometendo um bando de atrocidades jurídicas.”

O parlamentar ressaltou que ainda não conversou com o presidente da Casa, deputado federal Arthur Lira (PP-AL). Uma eventual conversa depende da “importância” que Lira dará para o episódio. “Não tentei [contato], mas vou tentar daqui a pouco, não deu tempo”, confessou. Daniel Silveira criticou a “maturidade política” de Moraes e argumentou que, se o ministro não queria ser criticado, que não se lançasse à vida pública. “Ataque ao Supremo? Ataque foi em 1985, quando o Cartel de Medellín explodiu o Palácio da Justiça [da Colômbia]. Isso é ataque. Ele gasta, em quatro anos, R$ 80 milhões em segurança, não tem o direito de se sentir com medo”, disse o deputado.

Por Jovem Pan

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