Polícia invade site de notícias e prende jornalistas em Hong Kong

 
Jornalistas do site foram presos pelos policiais 
no início do dia em Hong Kong.
Foto: Reprodução/Twitter

Os membros do jornal digital são acusados de conspiração contra a autoridade chinesa

O site de notícias pró-democracia Stand News, em Hong Kong, foi fechado nesta quarta-feira, 29, segundo a agência de notícias Associated Press.

A polícia invadiu o escritório do site no distrito de Kwun Tong, região semi-autônoma chinesa, no início do dia e prendeu seis pessoas, entre jornalistas, editores e membros do conselho. Também foram feitas buscas nas casas dos detidos. Mais de 200 policiais estiveram envolvidos na busca.

Os seis foram presos por meio de um decreto-lei criminal acusados de sedição, uma conspiração para veicular publicações sediciosas — insurreição contra a autoridade estabelecida. Os condenados podem pegar até dois anos de prisão e multa de até US$ 500.

As autoridades de Hong Kong têm recorrido às chamadas leis de sedição do território, da época em que pertencia ao Reino Unido, para prender e intimidar ativistas e críticos do governo.

O que diz o Stand News

Stand News informou que o site e a mídia social não estão mais sendo atualizados e serão retirados do ar. Todos os funcionários foram demitidos.

O veículo foi uma das últimas vozes abertamente críticas em Hong Kong depois do encerramento das atividades do jornal Apple Daily, que fechou depois que seu editor, Jimmy Lai, e os principais editores foram presos e seus bens congelados, acusados de conluio com um país estrangeiro.

Repercussão

A Associação de Jornalistas pediu ao governo da cidade que proteja a liberdade de imprensa de acordo com a miniconstituição de Hong Kong, a Lei Básica.

“A Associação de Jornalistas de Hong Kong está profundamente preocupada com o fato de a polícia ter repetidamente prendido membros importantes da mídia e revistado escritórios de organizações de notícias contendo grandes quantidades de materiais jornalísticos em um ano”, disse a agência em um comunicado.

Benedict Rogers, cofundador e CEO da organização não governamental Hong Kong Watch, disse que as prisões são “nada menos que um ataque total à liberdade de imprensa em Hong Kong”.

“Quando uma imprensa livre garantida pela Lei Básica de Hong Kong é rotulada de ‘sedição’, isso é um símbolo da velocidade com que esta cidade, outrora grande e aberta, tornou-se pouco mais que um estado policial”, disse ele.

Guilherme Lopes

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