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O Ministério do Interior de Cuba (Minint) negou a existência de desaparecidos após os protestos em massa antigovernamentais ocorridos no último dia 11, sobre os quais o governo não divulgou dados sobre os detidos, segundo informações divulgadas nesta quarta-feira pela imprensa estatal.
"Assim como os desaparecimentos forçados, a tortura não é uma prática em Cuba", disse o coronel Víctor Álvarez, número 2 do Órgão Especializado da Direção-Geral de Investigação Criminal do Minint, durante pronunciamento na televisão estatal.
Ele também rejeitou as listas elaboradas por ativistas independentes que circulam nas redes sociais com os nomes de pessoas desaparecidas.
"Essas listas perdem credibilidade devido à falta de dados e porque está comprovado que muitos dos inscritos nunca foram detidos ou mesmo entrevistados pelas autoridades", disse o coronel, em uma versão do programa publicada hoje no jornal oficial "Granma".
Por sua vez, o promotor José Luis Reyes afirmou que todas as pessoas detidas após 11 de julho podem nomear um advogado.
Há uma semana, o presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, afirmou que os detidos terão "garantias processuais" e "receberão a aplicação das leis na sua justa medida, sem abusos".
Na ausência de dados oficiais, os ativistas documentaram mais de 500 detidos desde os protestos do dia 11 em Cuba, incluindo vários menores de idade, enquanto organizações religiosas auxiliam parentes dos presos e testemunhos duros de pessoas libertadas estão sendo revelados nos últimos dias.
Na última quinta-feira, o Comitê das Nações Unidas contra os Desaparecimentos Forçados pediu que Cuba tomasse medidas urgentes para investigar 187 casos de supostos desaparecimentos forçados de manifestantes e identificar os responsáveis.
EFE Havana