Coaf aponta que Bolsonaro recebeu R$ 17,2 milhões por Pix de janeiro a julho

(Divulgação/PL)

O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), órgão responsável pela prevenção e combate à lavagem de dinheiro, divulgou um relatório que revela movimentações no valor de R$ 17,2 milhões em uma conta bancária pertencente ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Essas transações ocorreram através do sistema de pagamento instantâneo Pix, no período de 1º de janeiro a 4 de julho deste ano.

De acordo com o Coaf, durante esse período mencionado, o ex-presidente recebeu mais de 769 mil transações via Pix, totalizando R$ 17.196.005,80. Foi nesse intervalo de tempo que Bolsonaro promoveu uma campanha virtual de arrecadação de fundos, conhecida como "vaquinha", para angariar recursos destinados ao pagamento de multas. Fontes próximas a ele confirmaram a veracidade desses valores.

Além do ex-presidente, outros políticos também contribuíram para a campanha. Os deputados federais André Fernandes (PL-CE) e Gustavo Gayer (PL-GO) divulgaram comprovantes de transferências em apoio a Bolsonaro. Fernandes doou R$ 22, em referência ao número da cédula de Bolsonaro no ano passado, enquanto Gayer realizou uma transferência de R$ 50. Ambos afirmam que o ex-presidente está sendo alvo de "assédio judicial" e precisa de ajuda para arcar com "multas absurdas" derivadas de diversos processos.

A mobilização em favor de Bolsonaro teve início em 23 de junho, com a participação de deputados e influenciadores que promoveram a campanha de "vaquinha" para arrecadar fundos destinados ao pagamento de multas judiciais.

Em 14 de junho, a Justiça de São Paulo determinou o bloqueio de mais de R$ 500 mil nas contas bancárias do ex-presidente, como resultado do descumprimento das regras sanitárias durante a pandemia de Covid-19, especialmente em relação ao uso de máscaras. A dívida de Bolsonaro com o Governo do Estado de São Paulo já ultrapassa a marca de R$ 1 milhão.

O órgão de inteligência financeira rastreou um total de 769.717 transações de Pix realizadas ao longo de seis meses.

O ex-ministro e atual advogado de Bolsonaro, Fábio Wajngarten, manifestou sua insatisfação em relação ao vazamento dessas informações.

"É inaceitável que ocorram vazamentos sobre quebras de sigilo financeiro de investigados no inquérito de 8/1 ou em qualquer outra investigação sigilosa. É necessário identificar quem está tendo acesso àquela sala cofre para que as medidas judiciais apropriadas sejam tomadas. A pessoa responsável pelo vazamento será sujeita a acusações criminais", escreveu Wajngarten.

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