Durante o programa ‘Direto ao Ponto’, Sebastião Coelho revelou o motivo de ter antecipado sua aposentadoria, falou sobre eleições e STF
Nesta segunda-feira, 26, o desembargador e ex-vice presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Distrito Federal, Sebastião Coelho, participou do programa Direto ao Ponto para falar sobre o STF e as eleições 2022. No início da conversa, Coelho explicou o porquê adiantou a sua aposentadoria em dois anos. “Estou absolutamente decepcionado com o Supremo, eu e 80% dos juízes e desembargadores do Brasil. Uma grande maioria são revoltados [além de decepcionado]. Os juízes hoje não são mais respeitados como eram antigamente, porque o cidadão comum vê o juíz de 30 e poucos anos com a perspectiva que ele é igual ao STF e nós não somos. O juíz de 1ª instância está preocupado com a cidadania e não concorda em absoluto com o Tribunal Superior. Eu poderia falar como juíz isso? Não, porque está no regulamento e seria punido. A minha permanência na magistratura seria de sofrimento, eu não trabalharia com a alegria que sempre trabalhei”, disse. Questionado se é possível haver uma mudança nesse cenário no futuro, o desembargador respondeu. “Não abandonaria minha carreira para ter voz em vão. Poderia fazer um requerimento e ir embora. O STF, que é o guardião da Constituição, ele se tornou o fator de insegurança jurídica. Costuma-se dizer que o STF são 11 tribunais, cada ministro é o seu tribunal. Antigamente, quando proferíamos uma decisão colocávamos a jurisprudência do Tribunal com tranquilidade, mas hoje não sabemos mais qual é a jurisprudência do país, cada caso tem uma resolução. É preciso dizer aos ministros que eles não estão agradando à comunidade jurídica, aos juízes e aos cidadãos”, completou.
Por Jovem Pan