País tinha uma das maiores taxas de alfabetização e PIB per capita superior ao de nações europeias
Na década de 1960, Cuba tinha uma taxa de alfabetização de 76%. O PIB per capita era de U$S 11,3 mil, em valores atualizados. Esse número era superior ao de muitos países europeus. Os cubanos tinham, na época, maior quantidade de televisores, jornais e telefones que qualquer outro país da América Latina. Foi o segundo país no mundo fazer uma transmissão televisiva.
E os cubanos desfrutavam de muitos outros benefícios. Como mostra Gustavo Segré, em artigo publicado na Edição 131 da Revista Oeste, Cuba foi o primeiro país a ter ferrovias na América Latina — e o terceiro no mundo, depois da Inglaterra e dos Estados Unidos. “Em 1889, Cuba foi o primeiro país latino-americano a ter iluminação”, escreveu o colunista. “Em 1900, Havana teve o primeiro bonde (elétrico) da América e foi o primeiro país da região a receber o automóvel. Em 1906, teve o primeiro sistema de telefone direto, sem telefonista. Em 1908, implementou a primeira máquina de raios X da América Latina. Em 1937, foi o primeiro país a decretar a jornada de trabalho de oito horas, o salário mínimo e a autonomia universitária.”
Em 1951, o Hotel Riviera, em Havana, foi o primeiro no mundo a ter ar-condicionado. Em 1958, foi o segundo país a transmitir TV em cores. Cerca de 90% das residências cubanas tinham rádio, em que era possível sintonizar 140 emissoras. Em 1955, o canal norte-americano NBC transmitiu Tropicana, o principal Cabaré de Cuba, com apresentações de Carmen Miranda, Frank Sinatra e Nat King Cole, entre outros famosos.
Em 1959, havia 600 salas de cinema em Havana — mais que em Nova Iorque e Paris. Em 1958, Cuba tinha a maior quantidade de carros da América Latina: um carro para cada 38 habitantes. A ilha tinha também a maior taxa de telefones por cada cem habitantes (2,6) da América Latina. Havia 70 jornais de diversas ideologias circulando pela ilha. O salário industrial de Cuba era o oitavo maior do mundo (U$S 6 por hora), ficando acima do registrado na Noruega e na Dinamarca. A remuneração nas fazendas era a sétima maior do mundo: U$S 3 por hora. A produtividade na indústria da cana-de-açúcar era de 55 toneladas por hectare — o dobro da verificada no Brasil, na época.
Cuba pós-socialismo
Cerca de 70% das famílias cubanas vivem com menos de U$S 3,8 por dia (R$ 21). A inflação projetada para 2022 é de 32% ao ano. O salário mínimo mensal flutua entre U$S 87 e U$S 386. Existem 38 carros para cada mil habitantes — os mesmos índices de Angola ou Tajiquistão. Mais de 50 anos depois do início do regime socialista, a taxa de telefones para cada cem habitantes chegava a três — quase os mesmos parâmetros de 50 anos atras. A imprensa é controlada, e não é possível sair da ilha sem autorização do governo. O cubano comum consegue pagar com um salário mínimo quatro horas de internet numa lan house.
Aproximadamente 80% dos alimentos consumidos são importados, porque a indústria está sucateada, e a ilha sobrevive com exportação de cana-de-açúcar e turismo. Os cortes de energia são constantes, em razão da falta de investimentos. Enquanto a maioria da população é pobre, os dirigentes do regime são milionários. A produtividade da indústria da cana-de-açúcar é de 30 toneladas por hectare. A renda per capita de Cuba só fica acima da que existe hoje no Haiti.
O assinante pode ler uma reportagem completa sobre a mazela socialista ao clicar neste link.