Acórdão decide que jornalista tem de ficar detido por um ano e sete meses por vídeo com críticas a cineasta de esquerda
O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS) condenou o jornalista Allan dos Santos a um ano e sete meses por suposto crime de calúnia nesta quinta-feira, 28. O processo foi movido pela cineasta Estella Renner.
Em setembro de 2017, o jornalista publicou um vídeo com críticas a Estella e à produtora da cineasta, a Maria Farinha Filmes. “Vai lá no site do Instituto Alana e veja com seus próprios olhos: projeto do Catraca Livre para criancinha”, disse Santos. “Esses filhos da puta ficam querendo colocar maconha na boca dos jovens. Catraquinha querendo ensinar isso para criancinha. Tudo isso aqui é o que está por trás do Santander Cultural, quando eles fazem zoofilia, pedofilia.”
A fala de Allan dos Santos se referia à exposição Queermuseu — Cartografias da diferença na arte brasileira, realizada em Porto Alegre pelo Santander Cultural, em 2017, que tratava da temática LGBT+ para uma plateia com crianças. A mostra chegou a ser fechada em virtude das críticas de apologia da pedofilia.
“A existência dos fatos ofensivos à honra da querelante está consubstanciada pelos documentos anexados na queixa-crime, em especial a juntada do vídeo em que teriam sido proferidas as ofensas e da ata notarial do conteúdo das imagens”, argumentou, no acórdão, o desembargador Jayme Weingartner Neto.