O rígido lockdown chinês causou indignação de boa parte dos 25 milhões de habitantes da cidade
O governo da China está obrigando os moradores de Xangai, a capital comercial do país, a saírem de suas casas para cumprir quarentena em centros de isolamento fora da cidade. Com uma população de 25 milhões de habitantes, a região experimenta o maior surto de covid-19 desde o início da pandemia.
De acordo com “Lucy”, uma moradora de Xangai que não quis se identificar, ela e seus vizinhos foram obrigados a entrar em um ônibus que os levaria para centros de quarentena improvisados, no meio da noite. “A polícia nos disse que havia muitos casos positivos no nosso condomínio e que, se continuássemos morando aqui, todos acabaríamos infectados. Não tínhamos outra opção”, desabafou a mulher para a agência de notícias AFP.
Além de reprimir os moradores que testaram positivo para a doença, a polícia também forçou a transferência dos cidadãos que testaram negativo para instalações que ficam a centenas de quilômetros da megalópole chinesa. Ali, elas devem seguir em isolamento, segundo informou a AFP.
Gritos e choro
Nesta segunda-feira 2, autoridades de Xangai relataram 58 novos casos de covid-19 em áreas que não estão sob o rígido sistema de lockdown. Pequim, a capital da China, sofre uma série de restrições sanitárias por causa da política de tolerância zero do governo no combate ao vírus. No último mês, milhares de imagens que mostram policiais reprimindo moradores da cidade de Xangai foram compartilhadas nas redes sociais. Em algumas delas, os cidadãos aparecem sendo obrigados a entregar suas casas para o Partido Comunista Chinês (PCC).
Os registros também mostram chineses do lado de fora de um complexo, pedindo que os policiais não ajam com violência. Contudo, não parecem ser ouvidos. Nos vídeos, os policiais aparecem agredindo fisicamente os moradores da capital chinesa. Gritos e choros são ouvidos.