Correspondente foi repreendida ao vivo por dizer 'denegrir', palavra de origem latina que nada tem de preconceituosa
Durante a transmissão ao vivo do programa Em Pauta, o âncora da TV Globo Marcelo Cosme repreendeu ao vivo uma correspondente da emissora nos Estados Unidos. Carolina Cimenti usou o termo “denegrir” ao comentar as acusações de estupro que pairam sobre Damien Abad, ministro recém-nomeado pelo presidente da França, Emmanuel Macron.
Ao terminar de falar, Cosme chamou a atenção da jornalista. “Você usou uma palavra que não usamos mais: denegrir”, disse. “Como nós temos essa liberdade, quis chamar sua atenção para você poder se desculpar e não comentarmos mais sobre isso”, acrescentou o âncora, ao mencionar que “todos cometemos escorregões às vezes”. Constrangida, Carolina se desculpou.
Termo não é racista
Em entrevista a Oeste, a professora de língua portuguesa Cíntia Chagas disse que o termo não é racista. Ao comentar a “cartilha antirracista” da esquerda, ela explicou: “Entendo que essa cartilha surgiu no meio de militantes que têm anseio político. Muitas palavras ‘proibidas’ nessa espécie de ‘documento’ nem sequer deveriam estar lá, como ‘denegrir’, cuja origem é do latim ‘denegrare‘, que significa manchar. É óbvio que há expressões que são preconceituosas, como ‘eu não sou tuas negas’. Isso é uma ofensa. As pessoas não têm de falar assim. Caso ocorra, a Justiça está aí. O que me incomoda é a hipocrisia e a mentira de constarem nessa cartilha expressões não preconceituosas.”