O Talibã anunciou neste domingo, 26, mais uma medida arbitrária contra as mulheres do país. A partir de agora, elas não podem mais viajar sozinhas — sem a companhia de um homem de sua família — por mais de 72 quilômetros.
A determinação foi divulgada pelo Ministério da Promoção da Virtude e Prevenção do Vício, um dos órgãos estatais diretamente encarregados de reprimir as liberdades civis no Afeganistão.
O governo do Talibã também recomenda aos motoristas que aceitem mulheres em seus veículos apenas se elas usarem o “véu islâmico”.
“As mulheres que viajarem mais de 72 quilômetros não podem fazer a viagem se não estiverem acompanhadas por um parente próximo”, afirmou um dos porta-vozes da milícia, Sadeq Akif Muhajir.
Há algumas semanas, o governo talibã proibiu as emissoras de televisão do país de exibirem “novelas com mulheres” e exigiu que as jornalistas e apresentadoras usassem o véu islâmico diante das câmeras.
O Ministério da Promoção da Virtude e a Prevenção do Vício também proibiu as pessoas de ouvirem música nos rádios de seus veículos. Neste fim de semana, o Talibã instalou bloqueios em estradas para orientar os motoristas sobre as novas determinações.
Durante o período anterior em que estiveram no poder no Afeganistão, os talibãs obrigaram as mulheres a usarem a burca, uma vestimenta que cobre o corpo inteiro, da cabeça aos pés, apenas com alguns furos na altura do rosto para a passagem de ar e para que seja possível a visão.
“Vemos, a cada dia, um pouco mais sobre quem são realmente os talibãs, quais são suas opiniões sobre os direitos das mulheres, e é um quadro muito sombrio”, lamentou a codiretora interina da Divisão de Direitos da Mulher da Human Rights Watch, Heather Barr.
Com informações da Agência France-Presse