O ministro da Economia, Paulo Guedes, comparou um eventual reajuste salarial para os servidores públicos federais com o rompimento da barragem de Brumadinho, em Minas Gerais.
A comparação foi feita em mensagens encaminhadas por ele, na segunda-feira 27, a membros do governo a quem pediu apoio e a ministros contra a pressão feita por servidores públicos por reajuste salarial.
“Brumadinho: pequenos vazamentos sucessivos até explodir barragem e morrerem todos na lama”, escreveu Guedes.
O ministro ainda afirmou: “Se aumentarmos os salários e a doença voltar, quebramos!”. Guedes voltou a defender a reforma administrativa como instrumento para reestruturar carreiras.
“Sem isso, reajuste geral para o funcionalismo é inflação subindo”. O titular da Economia ressalta ainda que “estamos em economia de guerra contra a pandemia”.
Guedes argumentou que essa reforma cortaria R$ 30 bilhões por ano, o que abriria espaço para um reajuste de 10% dos salários do funcionalismo, mas somente após a reforma: “Valorizando o funcionalismo atual, pois ficaria zero a zero.”
Nos cálculos do governo, cada aumento de 1% linear a todos os servidores tem um impacto de R$ 3 bilhões.
Após o presidente Jair Bolsonaro articular a destinação de R$ 1,7 bilhão para reajuste apenas de policiais federais em 2022, categorias do serviço público federal estão protestando.
Hoje, representantes do funcionalismo decidiram que poderão fazer paralisações de um ou dois dias em janeiro e até mesmo uma greve geral, sem prazo para terminar, a partir de fevereiro.
“Quem pede aumento agora não quer pagar pela guerra contra o vírus. Está dizendo: ‘Já tomei minha vacina, agora quero reposição de salário; não vou pagar pela guerra ao vírus'”, escreveu Guedes.