Divulgação/Assessoria de Comunicação Organizacional do 2° BPMAdélio Bispo tentou matar Bolsonaro em Juiz de Fora, pouco antes do primeiro turno das eleições de 2018 |
Tribunal negou pedido da OAB e considerou que a apuração sobre quem financiou advogados do autor do atentado não viola sigilo; defesa do presidente acredita que ligação com a esquerda será revelada
A investigação do caso Adélio Bispo será retomada pela Polícia Federal após o Tribunal Regional Federal da 1ª Região decidir, por 3 votos a 1, que tentar descobrir quem pagou pelos advogados do homem, que tentou assassinar o então candidato presidencial Jair Bolsonaro, não viola o sigilo da relação entre cliente e advogado. Anteriormente, a seccional mineira da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) havia entrado com mandado de segurança alegando violação do sigilo, o que foi acatado pela vara de Juiz de Fora (MG), onde o crime ocorreu. O entendimento do TRF-1 foi de que, por terem sido terceiros a contratarem os defensores de Adélio, a tese não se aplica. Representante de Bolsonaro, o advogado Frederick Wassef espera que o caso agora avance com mais velocidade.
“O objetivo é descobrir quem mandou matar Jair Bolsonaro. Como é possível que já houvesse três advogados prontos para ir a Juiz de Fora num jato particular? Pegar um jato não é algo imediato, demanda algum tempo, autorização da aeronáutica, aluguel do avião. E quando eles chegaram lá, disseram para o Adélio não se preocupar que quem os havia chamado era a mãe dele. O Adélio riu e disse que a mãe dele havia morrido há mais de dez anos. Ficou claro que o Adélio não conhecia esses advogados, não os contratou, não pediu ajuda, não tinha qualquer relação com eles. Depois, disseram que quem havia solicitado eram pessoas de uma igreja, que negaram posteriormente. Aí veio uma terceira versão, dizendo que era um outro escritório de advocacia. Teve outra versão, do advogado, dizendo que uma emissora de TV os contratou. Você tem quatro, cinco versões, todas falsas e mentirosas, para como essas pessoas chegaram lá”, relata Wassef, em entrevista à Jovem Pan.
A partir de agora, os representantes de Bolsonaro esperam que a Polícia Federal retome esta linha de investigação e possa aproveitar materiais que já havia apreendido, como celulares e gravações de câmeras de segurança de hotéis onde os advogados teriam se reunido com quem os patrocinou. Outras diligências sobre o caso também podem ser realizadas, e isso não tem relação direta com os advogados. Na opinião de Wassef, Adélio Bispo não é louco nem agiu sozinho, tendo sido contratado como assassino profissional para matar o candidato que seria eleito presidente. No entanto, o próprio Wassef admitiu não ter informação que possa indicar quem foi o suposto mandante — embora afirme que há “provas robustas” de que foi a esquerda brasileira, com a intenção de impedir que Bolsonaro assumisse o poder. Não há previsão para a conclusão da investigação.
Por Jovem Pan