Dida Sampaio/Estadão ConteúdoJustiça autorizou quebra de sigilo de Carlos Bolsonaro |
Filho do presidente é investigado desde julho de 2019 sob suspeita de praticar rachadinhas e nomear funcionários fantasmas; defesa do vereador disse que ele ‘permanece à disposição para prestar qualquer tipo de esclarecimento’
O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) autorizou a quebra de sigilo bancário e fiscal do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ). O pedido foi feito pelo Ministério Público à Justiça do Rio e deferido no dia 24 de maio. O caso tramita na 3ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal Especializada do Núcleo Rio de Janeiro, em segredo de Justiça, e outras 26 pessoas e sete empresas também tiveram os sigilos quebrados. Carlos é investigado desde julho de 2019 sob suspeita de praticar “rachadinhas” e nomear funcionários fantasmas em seu gabinete na Câmara Municipal. Segundo informações do G1, o MP identificou que o vereador utilizou grandes quantias de dinheiro vivo durante o mandato e cita alguns episódios. Em 2003, pagou R$ 150 mil em espécie na compra de um apartamento na Barra da Tijuca. Em 2009, o filho do presidente entregou R$ 15,5 mil em dinheiro vivo para cobrir um prejuízo na bolsa de valores. No pedido de quebra de sigilo, os promotores também citam a existência de um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), que teria indicado duas movimentações suspeitas nas contas do vereador.
Em nota enviada à Jovem Pan, a defesa de Carlos Bolsonaro afirmou que soube da quebra de sigilo pela imprensa e ainda não teve acesso aos autos. “A aquisição do imóvel localizado na Tijuca já foi objeto de análise pelo MP no IC 3191 e foi arquivado, em 2005, após análise das informações financeiras que demonstravam a total compatibilidade com os rendimentos à época. A quantia utilizada em 2009, para pagamento de uma despesa pessoal, também, está absolutamente compatível com os rendimentos do vereador. Assim como os valores devidamente declarados a Justiça Eleitoral no ano de 2020”, disse o advogado Antônio Carlos Fonseca. “Por fim, com relação ao relatório do COAF, a defesa não teve acesso ao documento para verificar o seu conteúdo, no entanto o vereador permanece à disposição para prestar qualquer tipo de esclarecimento as autoridades”, completou. Questionado se iria recorrer da decisão, o advogado disse que “a questão principal agora não é se cabe ou não recurso. Somente após tomar conhecimento do conteúdo é que vamos avaliar o que será feito.”
Por Jovem Pan